sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Dor crónica afeta um em cada três portugueses



Dor crónica afeta um em cada três portugueses

Plataforma nacional propõe melhoria das condições de trabalho das pessoas com dor crónica

A Plataforma SIP Portugal quer promover um conjunto de medidas urgentes para a melhoria das condições de trabalho das pessoas com dor crónica. A implementação destas recomendações visa diminuir o absentismo e presenteísmo laboral, as mudanças de emprego, as reformas antecipadas e as pensões por incapacidade.

De acordo com Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e responsável pela coordenação científica da Plataforma, é imperativo “apostar em medidas que promovam a capacitação produtiva para o trabalho da pessoa com dor crónica, nomeadamente a adaptação e flexibilidade nos horários de trabalho; a adaptação do posto de trabalho e a promoção de condições ergonómicas; a possibilidade de realizar o trabalho a partir de casa; a aposta na formação e consciencialização sobre a problemática da dor em contexto laboral; a criação de grupos de suporte para pessoas com dor crónica dentro de uma empresa”.

Estima-se que a dor crónica afete cerca de 36,7 por cento da população portuguesa, sendo a segunda doença mais prevalente no país.

As medidas propostas pela SIP Portugal serão apresentadas hoje, Dia Nacional de Luta Contra a Dor, na Fundação Calouste Gulbenkian. Esta iniciativa vai contar com a partilha de diversos testemunhos de doentes relacionados com os obstáculos e desafios da empregabilidade, assim como boas práticas das empresas portuguesas neste âmbito.

A SIP Portugal é uma plataforma nacional com a coordenação científica da APED e o apoio da empresa Grünenthal, constituída por representantes de organizações, sociedades científicas e associações de doentes que, em conjunto, partilham a mesma missão: reduzir o impacto social da dor crónica nos portugueses.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Associação portuguesa participa na elaboração do primeiro relatório mundial sobre a visão

Associação portuguesa participa na elaboração do primeiro relatório mundial sobre a visão
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou este mês o seu primeiro relatório mundial sobre a visão. A elaboração deste documento contou com a colaboração da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).
O principal objetivo do relatório passa por aumentar a consciencialização da sociedade para os problemas que afetam a saúde da visão, assim como sensibilizar a classe política para a necessidade de fortalecer os cuidados de saúde a nível mundial, nomeadamente no investimento nos cuidados de saúde primários.
Um dos principais pontos sublinhados neste documento, refere o presidente da APLO, Raúl de Sousa, “é o facto da Optometria ainda não ser reconhecida como uma profissão importante na prestação de cuidados primários para a saúde da visão em diversos países, entre eles Portugal”. E acrescenta: “Esta integração é fundamental para assegurar mais e melhor prevenção, deteção precoce, tratamento e reabilitação dos problemas que afetam a nossa visão, ao mesmo tempo que a distribuição das diversas classes profissionais que prestam cuidados para a saúde da visão, entre elas os optometristas formados pelas universidades públicas portuguesas, deveria respeitar as necessidades da população”.
O relatório revela ainda que mais de 2.2 mil milhões de pessoas têm deficiência visual, sendo que mil milhões desses casos poderiam ter sido prevenidos ou tratados.
O relatório completo pode ser consultado através do site da OMS: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/328717/9789241516570-eng.pdf

Sobre a APLO
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) representa os Optometristas, a maior classe profissional de prestadores de cuidados para a saúde da visão, em Portugal. Atualmente conta com cerca de 1.216 membros. A APLO é membro Fundador da Academia Europeia de Optometria e Ótica, membro do Conselho Europeu de Optometria e Ótica e membro do Conselho Mundial de Optometria. Para mais informações, consulte: www.aplo.pt

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Cuidados redobrados com a saúde da visão das crianças em idade escolar

Artigo de Opinião de Raúl de Sousa, Optometrista e Presidente da APLO
Cuidados redobrados com a saúde da visão das crianças em idade escolar
Boa visão é essencial para que as crianças se possam desenvolver e atingir todo o seu potencial. A sua importância abrange diversas instâncias da vida do indivíduo, que vão desde a perceção, cognição, interação social até à aprendizagem e ao desenvolvimento intelectual. Por falta de melhor referencial, uma criança pode assumir que a sua atual má visão é visão “normal”.  É por isso crucial que os adultos estejam atentos à visão das crianças e procurem analisar e comparar os vários parâmetros optométricos que permitem avaliar a visão das crianças com medidas objetivas e exatas, tal como se faz numa consulta de Optometria.
Segundo o Programa Nacional para a Saúde da Visão da Direção-Geral da Saúde, perto de 20 por cento das crianças portuguesas sofre de erros refrativos significativos. Miopia, hipermetropia, astigmatismo, ambliopia e estrabismo manifestam-se, na sua maioria, em tenra idade, e a sua adequada compensação através das lentes adequadas é possível se a deteção for feita atempadamente por um especialista dos cuidados da saúde da visão.
Porém, antes de um optometrista ou de um oftalmologista efetuar o diagnóstico, os pais, os educadores e os professores desempenham um papel crítico, dada a sua proximidade e convivência com as crianças, sendo frequentemente as primeiras pessoas a detetar dificuldades visuais nas crianças, e por isso devem estar atentos aos sinais de alerta.
A idade escolar é um período da vida da criança em que é possível observar alguns comportamentos indicativos da presença de uma alteração na visão, nomeadamente: aproximar-se muito para ler, escrever ou desenhar; durante a leitura, seguir o texto com o dedo; apresentar dificuldades de concentração; cometer erros ortográficos com frequência na cópia de textos; esfregar os olhos com muita frequência; trocar a orientação das letras; semicerrar os olhos para ver ao longe (por exemplo, para ler o que está escrito no quadro); ou queixar-se de cefaleias, dores de cabeça, ou ardor nos olhos.
Qualquer limitação à visão tem impacto significativo no rendimento escolar da criança (estudos afirmam que 75 por cento dos fracassos escolares podem dever-se a problemas de visão) e pode causar perda de visão irreversível, denominada como ambliopia, conhecida popularmente como olho preguiçoso.
Contudo, cada caso é um caso, e o tipo de sinais e sintomas depende da condição visual que afeta a criança. Desta forma, convido-o/a a conhecer um pouco melhor algumas das alterações visuais mais frequentes na infância:
Miopia: Carateriza-se por uma visão desfocada dos objetos situados ao longe e visão mais nítida dos objetos próximos. Na presença desta condição, as imagens dos objetos situados a mais de cinco metros atingem a retina de forma desfocada, dado que o foco da imagem se encontra antes da retina.
Hipermetropia: É um erro refrativo que, apesar de estar relacionado com um problema de focagem em visão de longe, produz as suas consequências mais significativas na visão de perto. Esta condição visual consiste no estado de refração ocular em que um feixe de raios de luz paralelos, proveniente dos objetos situados ao longe, ao atravessar a córnea, foca-se e forma uma imagem para além da retina.
Astigmatismo: É um erro refrativo caraterizado pela variação de potência refrativa ao longo dos diferentes meridianos do olho. Implica que há determinados pormenores da imagem que estarão mais desfocados do que outros. Os efeitos produzidos variam consoante a gravidade. Nos casos que apresentam pequeno grau astigmático, podem não surgir efeitos típicos, havendo apenas astenopia, cansaço visual com esforço prolongado de visão, uma vez que a pessoa tenta obter uma imagem mais nítida com maior tempo de fixação. Entre diversos outros efeitos, são também comuns fotofobia, a dificuldade de encarar a luz, bem como irritação conjuntival acompanhada de picadas.
Ambliopia: Também conhecida por «olho preguiçoso», esta condição consiste na diminuição da acuidade visual de um ou dos dois olhos, não melhorável com óculos ou lentes de contacto, devido a problemas no desenvolvimento da visão, e afeta principalmente as crianças. Uma diferença significativa na qualidade de visão entre os dois olhos é um sinal fortemente associado à ambliopia unilateral. A dificuldade em ler um livro ou realizar tarefas visuais simples, mesmo com recurso a óculos ou lentes de contacto, são sinais associados à ambliopia bilateral.
Estrabismo: Consiste na incapacidade de fixar os dois olhos com a visão central, simultaneamente, no mesmo objeto. Um sinal típico é um evidente desalinhamento entre os dois olhos, embora haja casos onde o desalinhamento não é evidente. Os olhos devem estar orientados para o mesmo ponto de fixação, em todas as posições e movimentos. Se os olhos não se dirigem exatamente para o mesmo ponto de fixação, o cérebro perceciona duas imagens do mesmo objeto, que não consegue fundir, e a criança acaba por ter visão dupla. Para além de impedir a perceção tridimensional, o estrabismo pode levar a que o olho desviado perca ou não desenvolva função visual.
Os cuidados com a saúde da visão estendem-se a qualquer criança.
Apesar de existir um especial cuidado com a saúde da visão das crianças que apresentam alguma alteração da visão, importa não esquecer que é estritamente necessário que se tomem medidas preventivas para o desenvolvimento de condições visuais ou doenças oculares em idades posteriores. Desta forma, toda a família deve seguir as seguintes recomendações:
·        Iluminar a divisão da casa sempre que a criança está a estudar ou a utilizar um dispositivo tecnológico, de modo a reduzir o esforço visual;
·        Garantir que a criança esteja a uma distância adequada da televisão, smartphone, computador, tablet, etc.;
·        Fazer pausas, olhando para longe, para descansar a visão a cada hora;
·        Regularmente comparar a visão entre os dois olhos da criança;
·        Sempre que sair à rua, utilizar óculos de sol com uma correta proteção contra raios ultravioleta;
·        Não utilizar o telemóvel antes de ir dormir ou quando estiver na cama;
·        Dormir o número de horas recomendado, para garantir o descanso da visão;
·        Consultar regularmente um optometrista ou um oftalmologista.

Porque é que estamos cada vez mais gordos ?

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