quarta-feira, 31 de julho de 2019

Mergulhos podem causar lesões permanentes na coluna vertebral

Campanha alerta para o risco de acidentes nas piscinas e praias

Mergulhos podem causar lesões permanentes na coluna vertebral

A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover uma campanha de sensibilização para o risco de lesões na coluna vertebral associado à prática de mergulhos nas piscinas e praias.

“Há saltos que podem mudar a tua vida. Protege a tua coluna!” é o mote desta iniciativa que está disponível nas redes sociais através de um vídeo que apresenta os dez conselhos que as pessoas devem seguir para prevenir este tipo de acidentes.

Para Miguel Casimiro, neurocirurgião e presidente da SPPCV, “o principal objetivo com o lançamento desta campanha é de alertar a população para os comportamentos de risco que podem levar a acidentes de mergulho, uma das principais causas de lesão na coluna vertebral, sobretudo nos jovens com menos de 35 anos”.

Sobre a escolha de um vídeo para redes sociais como a principal plataforma de divulgação desta iniciativa, o especialista refere que “é a opção mais óbvia, pois não só é uma forma dinâmica de levar o público-alvo desta campanha a pensar sobre o tema e, sobretudo, a reter as nossas recomendações que, quando seguidas, podem fazer toda a diferença na sua saúde, uma vez que uma vítima de um acidente de mergulho pode sofrer uma lesão modular grave, a qual pode levar a incapacidade ou à morte”.

As lesões na coluna derivadas de mergulhos ocorrem geralmente quando a cabeça bate no solo ou numa rocha. Além da baixa profundidade do local ou dos comportamentos de risco, estes acidentes podem estar relacionados com uma postura incorreta durante a execução do mergulho.

Em caso de presenciar um acidente e/ou suspeitar de uma lesão da coluna, a SPPCV alerta para a necessidade de contactar de imediato o 112 e de não mover a pessoa, pois qualquer movimento na vítima pode causar danos maiores e permanentes.


sexta-feira, 26 de julho de 2019

É preciso fazer mais e melhor se quisermos erradicar a hepatite C até 2030


Artigo de Opinião de Arsénio Santos, Internista e Coordenador do NEDF
Dia Mundial das Hepatites assinala-se a 28 de julho
É preciso fazer mais e melhor se quisermos erradicar a hepatite C até 2030
Celebra-se, a 28 de julho, o Dia Mundial das Hepatites, data em que pessoas e organizações de todo o mundo unem esforços para sensibilizar a população e os decisores para a importância destas doenças. É a oportunidade para exigir a adoção de estratégias para o diagnóstico do maior número de casos e o acesso ao tratamento para todos, incluindo os mais vulneráveis e marginalizados.
Existem cinco tipos de hepatite viral (A, B, C, D e E) mas as hepatites B e C são as mais importantes, pois evoluem para a cronicidade, constituindo um grave problema de saúde pública. Tratam-se de infeções provocadas por vírus que são transmitidos através da exposição ao sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infetada.
Estes vírus afetam o fígado, podendo provocar inflamação, cirrose e, nalguns casos, cancro hepático. À escala mundial, as hepatites virais causam todos os anos a perda de 1,4 milhões de vidas, mas apesar do seu impacto, calcula-se que nove em cada dez pessoas com a doença desconheçam estar infetadas.
Estima-se que na União Europeia a prevalência seja de 0,9 por cento para a infeção pelo vírus da hepatite B e de 1,1 por cento para o vírus da hepatite C, o que corresponde à existência de 4,7 milhões e de 5,6 milhões de infetados, respetivamente. Em Portugal, o número real de casos não é conhecido, mas o número de infetados por cada um destes vírus poderá aproximar-se dos 100 mil. Alguns milhares de casos foram já identificados e sujeitos a tratamento, mas sabemos que existem ainda muitos casos não diagnosticados, tanto de hepatite B como de hepatite C.
O número de novos casos de hepatite B tem vindo a diminuir ao longo dos anos, fruto da vacinação universal de todos os recém-nascidos, implementada no nosso país há cerca de 20 anos, sendo certo que alguns anos antes fora iniciada a vacinação dos adolescentes na faixa etária dos 11 aos 13 anos. Já para a hepatite C não existe vacina disponível, pelo que a estratégia para a diminuição do número de novos casos se baseia na prevenção, evitando comportamentos de risco para contrair a infeção, e na identificação e tratamento dos casos de doença.
O diagnóstico precoce traz grandes benefícios para as pessoas infetadas, pois permite o tratamento antes que se instalem as lesões hepáticas, e para a saúde de toda a comunidade, já que ao eliminar o foco de infeção evita-se igualmente a sua propagação.
As hepatites crónicas são frequentemente assintomáticas. Quando existem sintomas, os mesmos são vagos e inespecíficos (fadiga, dores de cabeça, náuseas) ou surgem em fases avançadas da doença (icterícia, dor no quadrante direito do abdómen, distensão abdominal ou equimoses cutâneas espontâneas). Perante esta realidade, não é rentável que o diagnóstico seja realizado apenas quando há sintomas.
Assim, os testes de diagnóstico estão recomendados em qualquer pessoa com doença hepática e naqueles com algum risco de exposição a estes vírus, no passado ou no presente, inclusive em todos os casos em que se suspeite de alguma probabilidade, mesmo que mínima, de ter contraído a infeção.
Em Portugal, os testes de rastreio das hepatites são acessíveis através de todos os serviços de saúde, nomeadamente nos centros de saúde e nos hospitais, mas foram já legisladas medidas que facilitam o acesso aos testes, permitindo, às pessoas que os desejem realizar, recorrer diretamente às farmácias comunitárias e aos laboratórios de análises clínicas, onde poderão fazer testes de deteção rápida, sem necessidade de prévia prescrição médica. No entanto, a implementação destas medidas está a decorrer em ritmo muito lento, longe do que seria desejável.
O rastreio universal de toda a população seria a melhor forma de conseguir identificar a maioria dos casos de infeção, pois é a única que permite diagnosticar os casos em que não são reconhecidos fatores de risco ou os mesmos não são assumidos ou valorizados pelo próprio. No entanto, esta medida teria custos elevados para o Serviço Nacional de Saúde e um rendimento relativamente baixo, atendendo à baixa prevalência da infeção na população. A alternativa é o rastreio dirigido às pessoas e grupos que sabemos terem maior risco de estar infetados.
É um grande desafio conseguir identificar os portadores destes vírus em grupos populacionais em que a infeção tem elevada prevalência, mas que são de abordagem difícil, pois geralmente não procuram por sua iniciativa os serviços de saúde, como é o caso dos utilizadores ativos de drogas injetáveis. É também indispensável dar especial atenção a outros grupos vulneráveis: reclusos, trabalhadores do sexo, sem-abrigo e imigrantes. Estão em curso em todo o país iniciativas dirigidas a essas populações, indo ao encontro das pessoas em risco e oferecendo-lhes a possibilidade de rastreio e de tratamento.
Do ponto de vista de cada indivíduo infetado, é fortemente compensador o diagnóstico precoce da doença, pois todas as formas de hepatite são, atualmente, tratáveis. A hepatite C cura com tratamentos que duram, na maioria das vezes, 8 a 12 semanas. A hepatite B exige muitas vezes medicação crónica, mas que controla perfeitamente a infeção, impedindo a progressão da doença hepática.
O Dia Mundial das Hepatites é uma excelente oportunidade para divulgar o conhecimento sobre estas doenças, motivar os profissionais de saúde para aperfeiçoarem a sua prática no rastreio, diagnóstico e tratamento das mesmas, e sensibilizar as autoridades de saúde e os decisores políticos para a necessidade de alocarem os recursos indispensáveis.
No nosso país, já muito foi conseguido, mas o rastreio está ainda a ser feito de forma muito pontual, heterogénea e descoordenada, e existem alguns constrangimentos no acesso ao tratamento que, estando disponível para todos os que dele necessitarem, obriga frequentemente a tempos de espera exagerados. É preciso fazer mais e melhor, se quisermos cumprir a meta proposta pela Organização Mundial da Saúde de erradicar a hepatite C até 2030.
O reforço do rastreio nas situações já anteriormente referidas, realizando-o de forma mais sistemática e organizada para atingir o maior número possível de indivíduos no mais curto espaço de tempo, e o tratamento em tempo útil de todos os casos identificados, é indispensável à obtenção do objetivo da erradicação.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Doenças e infeções de verão: quais são e como preveni-las

Doenças e infeções de verão: quais são e como preveni-las
O verão é uma época típica de férias, descanso e diversão, mas é também uma altura do ano em que o sol e as temperaturas elevadas deixam, sobretudo, as crianças, os idosos, as grávidas e as pessoas com doenças crónicas mais vulneráveis.
Com medidas gerais muito simples, como atenção à alimentação e à hidratação, manutenção de bons hábitos de higiene e uso responsável de medicamentos, é possível evitar ou minimizar os danos que as doenças mais comuns desta época possam causar na sua saúde.
Mas quais são as doenças que apresentam um maior número de casos no verão, e como evitá-las?
As doenças relacionadas com os fatores ambientais, como as queimaduras, a desidratação ou o golpe de calor podem ser prevenidas através da ingestão de líquidos, principalmente água em quantidades generosas e em intervalos regulares, mesmo que não tenha sede, e através da limitação da exposição solar aos horários adequados, isto é, evitando o período das 11 às 16 horas, usando sempre o creme protetor.
Existem também situações que se associam a fatores comportamentais, que podem ser minimizadas se se tiver uma atitude responsável, como nos casos de intoxicação alimentar ou alcoólica e das doenças sexualmente transmissíveis, estas preveníveis com o uso de preservativo.
No verão é preciso ter cuidado, também, com algumas infeções sazonais, mais prováveis durante os meses de junho, julho e agosto, como por exemplo a febre da carraça, que habitualmente causa febre alta e, em alguns casos, pequenas manchas avermelhadas no corpo. Se esteve exposto a animais que possam ser portadores de carraças, procure-as, durante o banho, em zonas mais escondidas, como debaixo dos braços, na virilha e atrás das orelhas e, se tiver animais de estimação, faça a prevenção com desparasitantes externos. Outra infeção que é mais comum nesta época é a leptospirose, que resulta do consumo de águas não tratadas, que se podem encontrar contaminadas por urina de rato, o vetor da doença.
O pé de atleta e outras micoses cutâneas são também mais comuns no verão. É essencial a utilização de chinelos em piscinas e balneários públicos. Para reduzir o risco de conjuntivites e otites externas, use óculos de natação e tampões para os ouvidos.
Por fim, se for de férias para um destino tropical, é essencial que vá a uma consulta do viajante.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Saiba o que são as doenças congénitas da glicosilação

Saiba o que são as doenças congénitas da glicosilação
As doenças congénitas da glicosilação (CGD) são uma família de patologias metabólicas raras, de cariz genético e hereditário. Atualmente, são já conhecidas mais de 100 diferentes formas de CDG, na sua maioria síndromes multissistémicas, pediátricas e altamente incapacitantes.
Os doentes com CGD apresentam uma relevante afetação neurológica, atraso global do desenvolvimento, problemas cardíacos, hepáticos, oftalmológicos, imunológicos, entre outros.
Tratam-se de doenças raras com sintomas e formas de manifestação semelhantes a uma grande variedade de outras situações clínicas, o que dificulta, muitas vezes, a sua deteção. No entanto, um diagnóstico atempado é essencial para que os doentes e as suas famílias possam receber o melhor acompanhamento clínico disponível para cada tipo de CDG.
Existem diversos métodos de diagnóstico, sendo que alguns são específicos para alguns subtipos da doença. A focagem isoelétrica da transferrina (uma proteína modificada com açúcares, presente no sangue) é o método mais comum de rastreio para um grande número de CDG e envolve apenas uma simples análise sanguínea. Contudo, este não deixa de ser um teste preliminar. Posteriormente, é necessário que se realizem outras técnicas adicionais mais complexas, como a análise genética, para que se obtenha um diagnóstico definitivo. 
Quando há um diagnóstico prévio na família, com alteração genética identificada, ou quando os sinais e sintomas exibidos pelo feto levem a suspeita de CGD, o diagnóstico pode e deve ser feito em período pré-natal.
Atualmente, a grande maioria das CDG não tem qualquer terapia disponível. Alguns subtipos parecem beneficiar da ingestão de alguns tipos de açúcares, sendo que, para a maior parte dos doentes, apenas é possível fazer a gestão das diferentes manifestações clínicas prevenindo e/ou tratando as complicações.
Muitos dos desenvolvimentos que se têm verificado na área das CGD prendem-se, sobretudo, com a identificação e descrição de novos tipos da doença e com os métodos de diagnóstico, existindo ainda uma grande lacuna e um longo caminho a percorrer na área da terapêutica.
Estima-se que, na sua forma mais frequente (CGDla), a doença afete 1 em cada 20 mil pessoas em todo o mundo.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

CAMPANHA DE VERAO: 2019 APCC

CAMPANHA DE VERAO: 2019  APCC 

Carrinha com informação pelas estradas de Portugal

Uma carrinha de sensibilização irá percorrer várias localidades do país, durante o mês de julho, onde dermatologistas, com o apoio de voluntários da APCC, irão disponibilizar informação à população.

Destacamos alguns dos locais onde irão ser desenvolvidas iniciativas:

·         7 de julho, em Espinho (em frente à Praia da Baíaás 11h00.
» será lançada a campanha Nacional de Muppies / Outdoors (com informação dos nomes das mais de 100 autarquias dispersas pelo país a colaborar nesta iniciativa) e o inicio da digressão da carrinha de sensibilização.
Médicos e outras personalidades locais e nacionais assim como representante da DGS presentesna praia.

·         7 de julho, em Viseu, presença na Festa da Saúde.

·         14 de julhoBuarcos (Figueira da Foz), junto dos veraneantes a partir das 9h00.
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·        21 de julho Nazaré, ação de sensibilização junto de veraneantes, surfistas e pescadores a partir das 9h00.

·    23 de julho em Sesimbra, a partir das 9h00  ação de sensibilização junto de pescadores.

·         27 de julho, Portimão, a partir das 9h00 ação de sensibilização junto de veraneantes e desportos náuticos, na Praia da Marina.

·         28 de julhoVilamoura (Praia da Falésia) a partir das 9h00, junto de veraneantes onde será relembrada a boa proteção ao Sol, o uso adequado de protetores solares e onde irá ser efetuado um balanço das iniciativas de Julho e promoção das ações a desenvolver no resto do Verão.

Porque é que estamos cada vez mais gordos ?

Hoje assinala-se o Dia Nacional de Luta contra a Obesidade Estudos mostram que a obesidade é mais passível de preconceito e discriminação do...